HOMOSABE-SETUDOSOBRETUDO

Pesquisa divulgada no último mês afirma que, contrariando aos anseios de toda a civilização, a espécie homosabe-setudosobretudo poderá nunca entrar em extinção na face da terra.

Pouco ainda se sabe sobre essa espécie. Os primeiros estudos mostram que, embora mantenha a aparência elegante, a espécie possui um “Q” de popularesco, no sentido mais pejorativo da palavra.

Veste-se sobre os mantos intelectual e cult, mas acaba contrariando a classe científica e popular. Os membros dessa espécie são dotados de grande arrogância, estando a milhas de distância da exuberância.

Vulgarmente conhecidos como “chatos de galochas saltitantes e matraqueiros” ou “pelo amor de Deus cala a boca idiota sabe tudo”, eles têm grande poder de imposição de idéias e só não dominam a cadeia alimentar e evolutiva, pois são verdadeiros chamarizes de antipatia e exibem grande eficiência no quesito “afastar a tudo e a todos”.

Preteridos por cientistas, ecologistas, voluntários, Cruz Vermelha, políticos, religiosos, mafiosos, nerds, traficantes, criancinhas, céticos e melhor idade, eles carregam o grande enigma da evolução: a incapacidade de acasalamento e, paradoxalmente, a multiplicação desenfreada da espécie.

Caçadores de excentricidades atribuem esse milagre (desnecessário) à globalização e à grande propagação de informações on line.

O resultado da pesquisa alarmou populações de grandes, médias e pequenas localidades de todo o mundo.

Temerosos que a espécie torne-se um vírus incontrolável e contamine todo o globo terrestre, ativistas convocam os não contaminados para a luta armada.

Para alistar-se nesta luta, o candidato deverá carregar kits de sobrevivência, compostos por rolos de esparadrapo e tapa-ouvidos. As armas são consideradas as mais eficazes para casos em que não adianta a contestação, e, também, poderão ser letais caso consigam atingir a maior fraqueza da espécie: “ser ignorada”.

Participe dessa luta e dê a sua contribuição para acabar com a maior praga da humanidade. Essa é uma luta de todos!


Texto postado inicialmente em: 21/05/2008

Bruna Moreira Faria

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