Pela segunda vez assisti ao filme Into The Wind e, como da primeira vez, chorei horrores ao final. O motivo não foi o mesmo. Dessa vez consegui enxergar uma nova perspectiva.
Na primeira vez fiquei fascinada pela expressão de vida e liberdade da história contada. Trilha sonora fantástica. Imagens que falam fundo em nossa alma. Vontade de ir contra aos padrões estabelecidos. De nos encontrarmos com a essência de nossa existência na terra. Emocionante.
Ontem foi tão emocionante quanto, no entanto, consegui ver uma mensagem distinta. Pela primeira vez como mãe, assisti ao filme e simbioticamente sofri a angústia dos pais que, simplesmente, sentiram que o filho deixava de existir.
Ansiedade por uma busca sem norte. Agonia por imaginar o pior. Padecimento por não poder fazer nada.
Mas, esse não é o processo natural? Gerar, criar, dar asas e vê-los voar?
Ser mãe e pai é treinar diariamente o desapego. Do corte do cordão umbilical. Da primeira mamadeira sozinho. Do primeiro dia na escola. Da primeira noite fora. Da primeira namorada. Da primeira viagem. Até o dia em que ele simplesmente vai embora... encontrar a sua essência... descobrir o mundo...quebrar os paradigmas!
Quando estamos do outro lado, impotentes diante do curso natural da vida, apenas nos resta a ansiedade e fé em Deus, para que interceda pela pessoa que mais amamos no mundo.
Sem julgamentos do que é certo ou errado, apenas coloquei-me no lugar deles e senti a dor de ver um filho sumir no mundo... Embora seja o processo natural, não é fácil. É a maior perda que temos e, como seres humanos, não somos treinados a perder.
Into the Wind realmente é uma lição de vida. De amor. De aprendizado. De desapego. De consternação. De libertação.
Ela nos ensina que a vida foi feita para ser vivida e para se deixar viver. Que o tempo passa rápido e cada dia é uma oportunidade única que temos para sermos felizes... Mas, também, que “a felicidade só é completa quando é compartilhada” por aqueles que amamos!
Comentários