Homenagem para Dodora


Mamãe, vovó, sogra, cunhada, tia, amiga, vizinha, paroquiana.


Para os conhecidos ela era a Doralice. Para os amigos e familiares ela era a Dora, para a família era a nossa Dodora, ou florzinha. 


Mas, para todos era, com certeza, uma pessoa boa e amável, “adorável”, uma “dádiva”, um “presente verdadeiro”, como o significado de seu nome.


Ela era filha de Maria. E, embora fosse a única filha que não tinha Maria no nome, carregava consigo toda a força, ternura e perseverança de Maria, mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo. 


Suas batalhas aqui nesse mundo não foram fáceis. Muito nova assumiu os afazeres domésticos junto com sua irmã mais velha, quando o seu pai morreu e sua mãe, Maria, lutava para criar os filhos. 


Casou-se muito nova. E, junto com Wandick, seu companheiro de vida, lutou para construir um lar e educar seus 6 filhos. E depois ainda ajudou a cuidar e criar dos netos e bisneto.


Sua casa sempre foi acolhida e Porto Seguro para quem precisava estudar ou trabalhar em BH.


Muitas foram as perdas de sua vida. Perdeu o pai ainda criança. Perdeu mãe, irmãos e irmãs. Perdeu um neto. Perdeu o seu marido, que era seu amparo. E perdeu um filho, deixando muita tristeza em seu coração. 


Mas, mesmo diante de um caminho de tantos desafios e perdas, ela não se deixou embrutecer.


Havia nela um amor, uma sensatez e uma perseverança tão grande que contagiava a todos que estavam em sua volta. 


Aos 85 anos fazia planos de reforma da casa, de lugares que queria conhecer, de viagens para se fazer, das florzinhas que queria em seu jardim, das vitórias que queria ver do seu time, dos bisnetinhos que ela queria paparicar, de ver a família unida para celebrar o Natal depois da pandemia. 


Lembro-me de uma conversa recente sobre viagem de avião que ela me disse: “tenho medo de avião. Não quero mais viajar assim. Eu não quero morrer”.


E quem poderia esperar que naquela quinta-feira, que ela admirava seu jardim e que esperava ansiosamente para ver suas rosinhas desabrocharem, tudo isso mudaria. 


Foi tudo tão rápido. Tão de repente. E ela se foi. Deus a chamou para ficar mais pertinho dele. 


Por aqui ficou uma saudade que está doendo muito e um vazio gigante. 


Sentimos falta do seu amor, do seu carinho, dos seus abraços, dos seus cuidados, de ver o seu sorriso fofo, e de escutar os seus planos e projetos.


Ela foi uma florzinha linda, que fez florescer em nós amor, gratidão e tantas bençãos. 


Mesmo diante da dor, nosso coração é só gratidão. Fomos privilegiados demais de tê-la em nossas vidas e por tudo o que representou para cada um de nós. 


A nossa fé nos ajuda a ter serenidade para entender que Deus fez o melhor e hoje ela está em paz, no jardim dos céus, junto com sua mãe Maria, seu marido Wandick, seu filho, neto, irmãos, irmãs e amigos que se foram. 


Nossa Doralice virou uma florzinha ainda mais linda no céu, e nomeou aqui a Alice, a Clarice, o Miguel, o Gui, a Manuela e o Vivico para proporcionarem muita luz e amor para a nossa família. 


Por aqui honraremos o seu legado e cuidaremos de seu jardim de amor, até que um dia Deus nos permita reencontrarmos no reino dos céus. 


Nossa Dodora, nossa florzinha, amamos você ao infinito, para sempre e além!


Texto lido durante a Missa de Sétimo Dia em homenagem à Dodora

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