13 reflexões sobre as olimpíadas Rio 2016

Brasil termina em 13º lugar no quadro de medalhas e ficam aqui 13 reflexões sobre as Olimpíadas Rio 2016

1)      Sim, Nós Conseguimos! Apesar dos pesares, de toda a corrupção, da “avacalhação”, do pessimismo da população, de não ser uma de nossas prioridades no momento e do nosso caos político e econômico, nós conseguimos fazer as Olimpíadas. Arrebentamos na abertura, demos show no encerramento e conseguimos conduzir toda a competição.

2)      Projetos Sociais não formam apenas vagabundos, como nos disseram os batedores de panelas. Eles também serviram para transformar a realidade de alguns jovens brasileiros, que antes não tinham perspectiva e agora são atletas olímpicos, muitos deles até com medalhas, ocupando o lugar mais alto do pódio.

3)      Para desespero geral, uma Mulher, negra, favelada e lésbica mostrou que pode ser vitoriosa, pode ser campeã e pode fazer um país inteiro vibrar e chorar de orgulho.

4)      Americanos são grandes mentirosos. Já sabíamos disso desde Santos Dumont, mas os nadadores fizeram questão de deixar isso ainda mais evidente durante as olimpíadas.

5)      Somos muito mais que futebol. Vencer ou chegar entre os melhores do mundo em esportes não convencionais, como Taekwondo, canoagem e boxe, por exemplo, que possuem pouco ou quase nenhum patrocínio, mostra a grande capacidade de superação dos brasileiros. Na verdade, isso deveria era ser visto como uma grande oportunidade para patrocinadores. Mas eles continuam a ter olhos apenas para o futebol... Somos muito mais que isso.

6)      Ainda somos muito machistas. Quando se trata das atletas a cobertura da imprensa, a abordagem de torcedores ou a repercussão na internet ainda é extremamente pejorativa e sexista. Isso sem falar da falta de apoio e incentivo. Precisamos evoluir muito nessas discussões.

7)      Futebol é coisa de mulher, sim. E eu vi estádios completamente lotados e milhares de marmanjos vibrando e aplaudindo o futebol das mulheres. Marta e sua trupe brilharam demais dentro e fora de campo e se não levaram o bronze, com certeza, conquistaram o coração de todos.

8)      Norte e Nordeste fizeram a diferença para o Brasil. Para quem queria ver o país sem os “bolsa-família” do Norte e Nordeste, tenham certeza de que o nosso quadro de medalhas estaria bem mais magrinho sem eles.

9)      Seleção masculina de futebol ganhou o ouro inédito, que ótimo. Foi muito bom. Mas, está longe de ser o maior feito do Brasil nessas olimpíadas. Além do que a seleção ainda não conseguiu reconquistar completamente a torcida. O 7X1 ainda doi muito e não vai ser um jogo sofrido, disputado nos pênaltis, com uma seleção jovial da Alemanha que vai apagar aquele vexame.

10)   Neymar pode até ser um ótimo jogador de futebol, mas está longe de ser um bom exemplo como atleta e, muito menos, de ter estrutura emocional para ser o capitão de uma seleção. É mimado, egocêntrico e arrogante demais para isso, passou uma péssima mensagem na final – descumprindo o código do COI com faixa religiosa, brigando com torcedor e, o pior, com as suas falas “hoje eu estou aqui” e “vão ter que me engolir”. Precisa amadurecer como atleta e também como pessoa. Não será uma medalha de ouro que fará essa mudança.

11)   A torcida brasileira é uma festa a parte. Torcer para um juiz brasileiro. Cantar “Pelados em Santos” para o lutador que se chama Mina. Gritar “China In Box” para atleta chinês.  Vinícius – nome mais lindo do mundo, foi o mascote mais charmoso e descolado que  já vi. Amamos as suas coreografias e o seu pique. E muitas outras pérolas que trouxeram mais alegria, graça e vibração para os jogos. Nem tudo foi perfeito, óbvio, as vaias e o barulho fora de hora não foram bem vindos. Mas, os pontos positivos foram ainda maiores.


12) Foram lindas as nossas vitórias e os esforços de nossos atletas. Mas, sejamos justos, considerando o número de atletas brasileiros participantes e o número de medalhas conquistadas, ainda estamos muito abaixo do que poderíamos alcançar. Isso é reflexo da falta de investimentos, da falta de apoio, da falta de projetos de formação de atletas em todas as áreas. O pouco que fizemos nos últimos anos já nos rendeu bons resultados, mas ainda há muito para se fazer. O triste é saber que a CBF já discute retirar o apoio da seleção feminina de futebol e que o governo interino quer deixar de apoiar os poucos projetos que existem. Este, com certeza, seria o pior legado das Olimpíadas para o Brasil.

13)   Mesmos com as tentativas de censura, nos manifestamos e mostramos para o mundo toda a nossa insatisfação com um governo interino, covarde, que não nos representa e que traz para o país apenas o retrocesso.

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