Voto consciente contra a censura

Juro que não me importo com os xingamentos que estou recebendo hoje por ter declarado que não votei em Aécio Neves.

Não sou Dilmista de carteirinha. Não sou Petralha. Não dependo do bolsa família para viver. Não fiz faculdade com o PRO UNI e nem dependi do FIES. Não sou um porco comunista. Não sou burra, ignorante ou alienada.

Muito pelo contrário. Trabalho muito.Tenho emprego, mas também tenho a minha pequena empresa. Pago as minhas contas e impostos em dia. Também faço a economia girar.

Paguei com muito suor a minha faculdade e as três pós-graduações que fiz. Já tive oportunidade de viajar para fora do país e ver outras realidades. 

Tenho plena consciência das mazelas do Brasil, de que precisa de mudanças e elas não são poucas. Por falar nisso, estive nas ruas em junho, pedi e cobrei por mudanças, ao contrário de muitos que hoje estão me julgando. Leio muito sobre política, economia e até a chata da Ata do COPOM. Acompanho semanalmente os boletins da Câmara dos Deputados. Leio sobre projetos e aprovações de leis, participo, inclusive das enquetes sobre as prévias de alguns projetos.

Mas, não... Não votei no Aécio e tenho como princípio não votar nele. Primeiro porque ele representa valores dos quais eu não compartilho. Segundo porque, ao contrário do discurso que pregou, ele não representa a mudança que o país precisa. Seu governo em Minas foi vergonhoso. O choque de gestão não passou de mera propaganda política. O que se viu na prática foi a educação, a saúde e a segurança pública completamente sucateadas e o dinheiro sendo revertido em uma obra faraônica, completamente desnecessária, de uma nova sede administrativa para o Estado mais que triplicando a dívida mineira.

O que eu vi na prática do governo Aécio em Minas foi o meu avô quase morrendo nos corredores do IPSEMG por falta de atendimento. E vi também, quase quatro anos depois, o meu avô morrer sem ver a cor do dinheiro que o Estado lhe devia como indenização. Vi também o seu seguro de vida, fruto de mais de 40 anos de contribuição como servidor da Polícia Civil, não ser pago porque Minas Gerais não tem dinheiro para isso.

Mas nada disso foi visto nos jornais, rádios e TVs mineiras, pois por lá a única coisa que foi vista foi a censura expressa. Por lá se via as apurações e o jornalismo investigativo serem substituídos pelas matérias “recomendadas” made in Andrea Neves. Por lá se viu também muitos jornalistas sendo perseguidos, trocados de função e demitidos no melhor estilo de se fazer ditadura.

É por isso, por ver a censura de perto, ver o desrespeito com o cidadão mineiro e por ver meu Estado triplicar a sua dívida, que não voto e não votarei em Aécio. E me sinto muito tranquila por isso.


O que não quer dizer que eu morra de amores pelo PT e esteja com os olhos vendados para o que está acontecendo. Não concordo com corrupção, não concordo com a máxima de que “rouba mas faz”,  e sou completamente contra ao “jeitinho brasileiro” de se fazer política. Votei contra Aécio e quero mudança. Quero realmente a reforma política que se prometeu e quero ver uma nova política econômica. Vou ficar atenta, acompanhar de perto e cobrar. Este é o meu papel como cidadã!

É assim que se faz democracia. Votando com consciência, acompanhando e cobrando. Não é postando boatos e disseminando ódio, ofensas, discriminação, racismos em redes sociais, quebrando patrimônios públicos e pessoais, agredindo verbalmente ou julgando quem pensa diferente. Isso não é democracia, tem outro nome: facismo. E acho que disso já estamos fartos, né!?!?!

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