Eleições: Entre o que queremos e o que realmente temos


Não sejamos ingênuos. Não importa qual será o seu voto no domingo, o país não passará por uma mudança radical.

Nenhum dos principais candidatos - Dilma, Marina ou Aécio, apresenta propostas claras e/ou consistentes para fazer a reforma estrutural que o nosso país precisa, seja no modelo de fazer política, no âmbito tributário, econômico, social, de infraestrutura ou trabalhista. Isso sem falar que eles sozinhos não têm força suficiente para mudar nada.

Enquanto nos concentramos nos  presidenciáveis, esquecemos completamente da escolha dos representantes do legislativo, que, por sua vez, continuam se perpetuando em seus cargos a cada eleição, de pai para filho, no pior modelo de se fazer política.

Mas, voltando ao executivo, a nossa escolha não será pela mudança, mas, sim, pelo o que considerarmos menos pior para continuar essa desordem que é o nosso modelo de condução do país, do qual fazem parte a corrupção, os favorecimentos de banqueiros e grandes corporações e a priorização de projetos e ações pelo critério eleitoreiro.

Infelizmente isso está no DNA, no "jeito de se fazer política" das opções que temos para escolher.

É importante ter isso em mente antes de sair brigando com os amigos ou discutindo ferrenhamente nas redes sociais sobre um ou outro candidato, sobre a ideologia de um ou outro partido. Bom, ideologia partidária é outra piada, né!?! Ela varia de acordo com os interesses eleitoreiros da época. As coligações e apadrinhamentos que o digam.

Ter ciência disso é fundamental também para poder reconhecer que houveram avanços consideráveis na economia a partir da era FHC, e sociais a partir da era de Lula e Dilma.

A grande questão é como cada um dos governos usou o que fez como moeda de troca para arrebanhar votos e financiamentos de campanhas, tendo como consequência o desvio do projeto inicial, tirando de cada um deles a sua Sustentabilidade. E o que vem depois? Qual a nova proposta?

É aí que todos se enrolam. É dai que vem as promessas vazias dos candidatos. A falta de projetos e propostas consistentes que realmente possam mudar o país. É aí que mora o "mais do mesmo".

Então não se iludam. O seu voto é muito importante. Mas a mudança que precisamos é estrutural e, infelizmente, está longe de vir... E, muito menos, através desses candidatos que temos, pois eles ainda são a mera representação do pior modelo de se fazer política.

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