Papel de boba mãe

Outro dia, ao telefone, cantava inocentemente canções infantis para acalmar o meu filhinho, quando me dei conta que estava no meio de uma loja de departamentos lotada.

É estranho como perdemos o prumo e nos vemos em situações inusitadas, para não dizer ridículas, quando o motivo maior é o seu filho.

Cantamos todas as músicas da galinha pintadinha. Esperamos ansiosos a abertura dos backyardigans. Assistimos mil vezes aos clipes do Balão Mágico. Achamos lindo o patinho Qua-Qua do Baby Einstein.

Cara de bobo. Linguajar infantilizado. Careta em público. Simplesmente saímos da órbita convencional, esquecemos de onde estamos e quem está nos olhando ou o quanto estamos sendo bizarros.

Perdemos a razão. Agimos e pronto. Não há MBA, especialização, graduação ou anos de experiência profissional que sirva de parâmetro para nossas ações.

Seguimos o fluxo. Por vezes parecemos palhaços. Por vezes desesperamos. Por vezes choramos. Por vezes gargalhamos. Por vezes enlouquecemos. Na maioria fazemos papel de bobos e ainda achamos ótimo.

Porém, em todas as vezes amamos e, por isso, nos sujeitamos a coisas inexplicáveis, incompreensíveis, pelo menos para quem ainda não passou por isso.

Comentários